Liam Payne

Estava pálida, cansada, com olheiras, cabelos bagunçados por todo o rosto e os olhos inchados. A verdadeira visão de terror, eu estava horrível. Não dormia a semanas e só sabia chorar. Tinha dado luz a uma linda menininha, a minha Taylor, mas ela nasceu prematura e teve de ficar no hospital por 3 meses, só tinha se passado 1 mês desde então. Abri os olhos ainda hesitante se viraria para o lado ou não já que esses dias que o nosso bebê estava na incubadora eu estava evitando olhar nos olhos do Liam, me sentia uma inútil por não ter dado a luz no tempo certo e não ter nossa filha aqui em nossos braços. Me sentia a maior culpada pela tristeza do Liam ultimamente.
- Já acordou? - Pude ouvir sua voz próxima ao meu ouvido, bem atrás de mim.
- Pra falar a verdade nem dormi direito. - Falei tentando parecer normal, não queria preocupá-lo.
- Você precisa descansar, (S/N). Quando nossa filha sair daquela UTI você precisa estar em perfeito estado para recebê-la. - Aproximou mais nossos corpos e fez carinho em meus braços.
- Eu sei, mas… - Pausei já sentindo uma vontade de chorar. - Eu não consigo dormir pensando que a minha menininha está lá sozinha, sem nós Liam. - Dessa vez tive que virar para encará-lo. Ele também tinha olheiras.
- Eu também não. - Suspirou. - O pior é sair daqui de casa e ter que te deixar sofrendo com isso, ter que fazer show fingindo que está tudo bem, que não está acontecendo nada, que minha filha está em casa.
Eu e o Liam decidimos que seria melhor dizer a mídia que a Bella estava em casa e que estava tudo bem, até forjamos uma saída da maternidade. Ridículo, eu sei, mas não queria ninguém me importunando pelo fato de minha filha estar numa incubadora. As idas ao hospital quase que diariamente o Liam deu a desculpa que eu tinha de realizar alguns exames ainda. Então simplesmente fingíamos que estava tudo perfeitamente bem e que estávamos felizes da vida com nossa filha em casa.
Troquei mais algumas palavras com o Liam e alguns beijos. Ele realmente estava convicto que eu não tive culpa com o nascimento prematuro de Bella, mas de fato a culpa foi minha por não conseguir sustentar minha gravidez até o nono mês.
- Vai ao hospital hoje comigo? - Perguntei ao Liam que estava procurando algo pra vestir no nosso closet.
- Não, hoje não dá. Tenho entrevista. - Respondeu como se fosse a coisa mais óbvia e normal do mundo.
- Liam, já faz três dias que você não vai comigo ver nossa filha. O que está acontecendo? - Perguntei levemente irritada.
- Não está acontecendo nada, eu só não tenho tempo. - Liam disse voltando ao quarto e me encarando através do espelho enquanto arrumava o cabelo.
- Não tem tempo pra sua filha? Muito legal, senhor Payne. - Levantei da cama já pronta pra ir ver minha pequena.
- Eu não disse isso. Eu tenho uma banda esqueceu? Muitos compromissos, (S/N)…
- Será que são compromissos da banda mesmo? - Ergui uma sobrancelha não querendo pensar em outra hipótese, apenas falei por falar. - Vou ver minha filha no hospital, é o melhor que eu faço. - Frisei o “minha” e fui em direção a saída do quarto.
- Hey, ela é minha filha também. - Liam falou sério segurando em meu braço.
- Lembrou disso agora, Payne? - Ele fez uma careta ao me escutar dizer seu sobrenome, sabia que quando eu realizava tal ato era por que estava muito irritada com ele.
- Olha, me perdoa… Eu queria muito te acompanhar, mas não posso. Amor, tente me entender. - Segurou em minhas mãos e depositou beijos em cada uma.
- Tudo bem. Tchau. - Retirei minhas mãos das suas e sai do quarto. Não queria prolongar aquela discussão que não ia dar em nada, de todo jeito eu continuaria irritada com o Liam.
Peguei meu carro e fui ao hospital. Fiz o trajeto tão conhecido por mim nesse mês e lá estava minha menina. Pelo vidro, vi que ela mexia seus bracinhos constantemente dentro da incubadora como se tentasse afastar algo de si. Olhei já com os olhos marejados aquele pequeno ser que mesmo ali naquele hospital me trazia alegrias e que me trará muito mais quando chegar em casa.
Fiquei mais um tempo observando minha filha que já mostrava características físicas minhas e do Liam. Não sei se dava pra ver mesmo ou se era coisa de mãe, mas eu percebi… E adorei. Escuto meu nome ser chamado e uma moça vinha em minha direção, usava um jaleco perfeitamente branco, certamente era uma enfermeira.
- Ainda bem que você veio hoje, senhora Payne. - Comentou incerta.
- O que houve? - Já preocupada, perguntei encostada na parede.
- Venha comigo. Doutora Susan deseja falar com a senhora. - Mexeu em alguns papeis e me guiou até a sala da Dra. Susan, responsável pelo caso de Bella.
- Oh, senhora Payne! Vejo que Marie não precisou ligá-la já que pedi a alguns minutos. - Susan me recebeu com um breve abraço.
- O que está acontecendo, Dra. Susan? Que cara é essa? É com a minha Bella? - Perguntei ainda de pé em frente a sua mesa.
- Acalme-se (S/N), sente-se primeiro. - Sentei-me e ela prosseguiu minuciosamente. - Bom, de fato eu não sei o que aconteceu. Estávamos muito esperançosos com a melhora diária da Bella, mas…
- Mas? Mas o que doutora? Ela piorou, é isso? - Estava tão nervosa que não fui educada o suficiente para deixar a Dra. Susan continuar.
- Acalme-se. - Pediu novamente. - Vou direto ao ponto. A Bella teve um pequeno agravamento em seu estado, mas isso não quer dizer que ela não vá ficar bem ou que ela terá alguma sequela. - Falou calmamente na tentativa de me acalmar também, mas eu não conseguia, já chorava que nem uma louca. Minha filha não. - Precisamos manter a calma, (S/N). Temos que dar todo o apoio possível a pequena Bella, olhe, os outros bebês na sua idade com problemas de nutrição geralmente não ficam como a Bella está, você deve ter passado lá e visto como ela está animada, te garanto que a sua filha é forte. Ela vai sair dessa. - Levantou-se e me abraçou.
- Porque Susan? Porque minha filha? O que eu fiz de tão mau nessa vida? - Nessa hora eu já nem sabia se chamaria ela de Susan ou Dra. Susan, mas isso não importa agora.
- As vezes temos que passar por certas coisas, (S/N). Olha, eu te prometo que em dois meses a Bella vai está em perfeito estado pronta para conhecer sua casa. É um compromisso meu a partir de agora, sem outros médicos. - Ela disse convicta e isso me acalmou por dentro, mas não cessou meu choro.
Voltei para casa, mas antes passei mais uma vez nas incubadoras para ver a Bella. Maldito vidro que me impedia de ao menos chegar perto de minha filha. Suzan me disse que eu poderia entrar na sala quando Liam estivesse comigo e agora ele não teria como não ir. Eu precisava chegar perto da minha menina. Já em casa, constatei que ele ainda não havia chegado. Aproveitei para chorar mais um pouco.
- (S/A)? - Ouvi Liam me chamar baixinho. Eu havia dormido.
- Oi. - Ainda não sabia como iria contar para ele.
- O que aconteceu? Estava chorando por quê? - Liam acariciava meu rosto enquanto falava.
- Liam, a gente precisa conversar sério. - Sentei-me na cama de frente pra ele.
- Diga. - Visivelmente preocupado, Liam aproximou-se ainda mais de mim.
- A Bella, Liam. - Comecei a chorar desesperadamente. - Ela piorou, o grau de desnutrição dela aumentou. - Chorei mais ainda. Liam permanecia estático me olhando.
- O que? - Finalmente se pronunciou. - Não, isso não pode estar acontecendo, (S/N). Tudo estava bem, não estava? - Liam levantou-se e começou a andar de um lado pro outro pelo quarto. - E o que vai acontecer agora? Minha filha vai ficar bem, não vai? - Perguntou com os olhos marejados, Liam parecia uma criança indefesa com medo de trovões.
- Dra. Susan disse que isso não ia afetar em nada nos três meses que ela ficará no hospital, faltam dois ainda Liam. Estou com medo, muito medo. - Deitei novamente na cama e me afoguei em lágrimas. Só de imaginar minha filha naquele hospital precisando de mim, me dava vontade de derrubar tudo, correr atrás dela e arrancá-la de lá.
Liam não disse mais nada, apenas se deitou ao meu lado e me abraçou, fazendo-me companhia no choro. E assim adormecemos, abraçados e pensando que amanhã será um novo dia, acordaremos com mais força pra lutar pela nossa filha.
- Hoje iremos vê-la. - Liam disse assim que terminamos de tomar o café da manhã. Já havia completado um mês depois da notícia.
- Não tem nenhum compromisso?
- Tinha, mas eu falei da Bella e fui liberado. Mesmo se não fosse, hoje eu sinto que preciso ver minha filha. Já sentiu isso?
- Já. Pra ser sincera sinto todo dia. Eu preciso tê-la aqui, Liam.
Fomos para a nossa segunda casa ultimamente e lá deixei que Liam fosse na frente ver a Bella. Falei com Dra. Susan e ela me disse que podíamos entrar na sala para chegarmos perto da bebezinha mais animada dali. Liam apertou minha mão e entramos na sala. Pude ver cada detalhe de seu corpinho indefeso, sua pele lisinha com um tom rosado, suas pequeninas mãos fechadas e ao alto como em todas as vezes, seus olhinhos semicerrados e os cabelinhos lisos levemente espalhados por sua cabeça, tudo aquilo junto me fez chorar, mas de alegria por ter a oportunidade de estar vendo aquilo e saber que em alguns meses ela estaria conosco. Susan ainda não havia falado de seu atual estado. Olhei para meu lado e Liam estava mais bobo que o normal, seus olhos continham lágrimas e ele exibia um sorriso no rosto, revelando que esse era o dia mais feliz de seu mês. Suas mãos estavam depositadas na incubadora como se estivesse fazendo algum tipo de carinho em sua filha.
- Desculpe atrapalhar esse momento tão lindo, mas preciso falar com vocês. - Susan falou baixinho e adoravelmente perto de nós.
- Ah, sim Susan. Vamos poder vê-la novamente? - Perguntei ainda encarando minha menina.
- Me acompanhem, explicarei tudo a vocês. - Ela disse num tom misterioso e saiu andando, sendo seguida por mim e Liam, que ainda sorria.
- Bom, como sempre vou direto ao ponto. - Sentou-se em sua cadeira, sendo seguida por nós. - Bella está completamente saudável. Estimo que antes do mês restante a menina de vocês esteja em casa. - Sorridente, Susan disse.
- Você está falando sério? - Liam disse com os olhos bem abertos.
- Acha que eu brincaria com um assunto desses, senhor Payne? - Ela respondeu animada.
- Ai meu Deus. Você ouviu isso, (S/N)? Ouviu? Nossa pequena está bem, vamos poder levá-la pra casa mais rápido. - Liam dizia ajoelhado a minha frente e eu ainda estava paralisada, então quando pude expressar alguma coisa eu chorei, era só isso que eu sabia fazer nos últimos dias. Ele me abraçou e me deu beijo, ali mesmo na frente da doutora.
- Tenho que revelar que essa melhora só se deu após a visita do senhor Payne a uns dias atrás. Acredito que sua filha gostou de vê-lo. - Susan comentou me pegando de surpresa. Então o Liam tinha ido ao hospital e não me disse nada?
Ele ficou totalmente sem graça e parecia surpreso pelo comentário da doutora. Apenas sorriu e fez sinal positivo com a cabeça. Ah, mas ele vai me explicar isso.
- Qual seria o dia exato da saída da nossa filha? – Perguntei finalmente alguma coisa.
- Espere um pouco. – Olhou em seus papéis. – Oh, veja que maravilha! Daqui a três dias. – Susan disse animada, eu e Liam nos entreolhamos e sorrimos. Essa notícia era boa demais pra ser verdade. – E o melhor vem agora, envolve a presença crucial da (S/N). – Olhei rapidamente para Susan e ela sorriu carinhosamente. – Antes da saída da Taylor daqui do hospital, você precisará amamentá-la. – Um sorriso enorme tomou conta de meu rosto.
- Sério mesmo? – Não conseguia me mover e Liam apenas sorria abertamente e apertava minhas mãos nas suas.
- Vocês acham que eu estou aqui pra brincar? – Susan disse fingindo-se de ofendida e riu.
- Nos desculpe Susan. Estamos nervosos demais com essas declarações. – Liam disse rindo.
- Tudo bem, darei desconto. Mas a senhora – Apontou pra mim. – precisa vir mesmo amamentar antes de ela sair, é essencial. – Concordei com a cabeça com um sorriso bobo no rosto. Já estava me sentindo uma babaca, mas uma babaca que em breve estaria com sua filha nos braços.
Eu e o Liam fomos pra casa, durante o caminho eu não quis comentar nada sobre sua ida ao hospital, por enquanto não. Queríamos chegar logo pra contar as novidades pra toda a família, e foi isso que fizemos. Anoiteceu e fomos nos deitar, era a hora.
- Porque você foi ao hospital sozinho? – Perguntei do nada assustando Liam.
- Estava esperando essa pergunta. – Riu. – Amor, eu precisava ver minha filha sozinho. Não sei o que me deu, mas eu estava com isso na cabeça e fui. Precisava de um tempo sozinho com ela, precisava ter uma conversa séria com a Bella. – Falou como se a pequenina fosse uma adolescente rebelde e nós rimos. – E vejo que adiantou. Eu sentia que era de mim que ela precisava. Desculpe por não ter te avisado.
- Tudo bem, tudo bem. Por sua causa a Bella em breve estará aqui conosco. Obrigada, Liam. – Abracei-o e depositei um beijo em seus lábios.
- Será que mereço uma recompensa? – Ergueu uma sobrancelha e eu ri.
- Que tipo de recompensa está falando, senhor Payne? - Falei enquanto colocava meus braços em seus ombros e fazia um carinho em seu pescoço.
- Você sabe… – Rimos e acabei cedendo, afinal, Liam Payne na minha cama querendo aquilo e eu ia negar? Não mesmo.
Os três dias se passaram lentamente. Não sei se era por que eu estava ansiosa para tocar e trazer minha filha pra casa ou se realmente tinha se passado devagar. Liam estava arrumando os últimos detalhes do bercinho da Bella e eu esperando por ele no andar de baixo, já pronta pra ir ao hospital. Graças a Deus não ia precisar ir diariamente lá, já conhecia todo mundo que trabalhava por lá e ninguém aguentava mais me ver. Dra. Susan já esperava por nós na frente da salinha onde estava Taylor.
- Preparados? – Perguntou amigavelmente e nós afirmamos.
E lá estava minha menininha. Nós ficamos apenas observando, já que ainda estavam retirando os aparelhinhos grudados a ela. Taylor parecia feliz, mexia os bracinhos como nunca tínhamos visto antes, parecia que sabia que iria finalmente pra casa. Depois que retiraram tudo, levaram ela para outra sala junto com a Dra. Susan, acredito que seja para uma espécie de revisão. Pediram-me pra sentar numa poltrona completamente confortável e Liam ao meu lado, numa espécie de banco, mas muito confortável também. Logo a nossa filha chegou nos braços de uma enfermeira que sorriu pra mim e me pediu que fizesse a mesma posição de seus braços para que eu pudesse pegar a Taylor. Assim que fiz essa ação, chorei pela primeira vez no dia em que eu só conseguia sorrir, mas esse choro era de alegria, eu tinha certeza. A enfermeira que aparentava ter lá seus 40 anos, me deu as instruções necessárias para amentar à garotinha que parecia estar faminta, procurava o tempo todo pelo meu peito. Liam observava tudo atentamente, como se alguém fosse fazer algo contra mim e a sua filha e ele precisasse ficar atento pra nos defender. Quando a Bella começou a se alimentar, senti uma dor enorme no peito em que ela sugava, pois a menina não tinha noção do que era forte ou não.
- Está doendo muito? – Liam perguntou preocupado. Certamente eu estava com a maior cara de chorona.
- Está. – Respondi tentando suportar a dor. Aquilo com certeza não seria uma barreira entre eu e minha filha.
- Mas isso é normal. Não se preocupe. – A enfermeira se pronunciou. – Qualquer coisa que precisar podem apertar esse botão e eu virei. – Sorriu e saiu da sala me deixando a sós com minha família.
- Sabe qual é a minha vontade agora? – Liam perguntou de repente e eu neguei. – Sair correndo e gritar pra esse hospital inteiro que eu vou levar minha filha pra casa, que finalmente vou poder cuidar da minha família de verdade. – Sorri e dei um beijo nele, que foi rápido por que Bella deu uma sugada mais forte como se dissesse que a atenção era pra ela naquele momento.
Depois de mais alguns minutos de dores, Bella se deu por satisfeita e retirou o seio de sua boca sujando um pouco seu rostinho que logo foi limpo pela enfermeira. A garota tinha traços meus e do Liam, distribuídos igualmente, agora eu tinha a certeza. Antes de irmos pra casa, passamos na Susan pra agradecer por tudo e dizer que a visitaremos de mês e mês, não só pra consultas, mas pra Susan ver Bella também. E finalmente estamos indo pra casa, depois de meses de sonhos com esse momento. No banco traseiro, em sua cadeirinha, está o motivo e a garantia da minha felicidade pelo resto da vida. A partir de hoje eu e Liam com certeza estamos completos, o pedacinho – literalmente – que faltava chegou.

E naquele carro estava uma família que acabara de nascer, indo pra casa simplesmente pra viver e enfrentar tudo que estiver de vir pela frente. Estava uma família que acima de tudo tinha o amor, o poder de amar e disposta pra ensinar isso pro mundo. (S/N) e Liam ensinariam isso a Bella e ela pra seus filhos, os filhos pra seus netos e por aí em diante.

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HEEEEY GIRLS ! Gostaram..? Comentem !!!

Beijos :3

[Fiquem com esses garotos te seduzindo total hehehe]

2 comentários:

  1. Meu amor,se vc não tem 100timentos,não acabe com os meus então eu to morta feat Enterrada

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